É preciso saber a hora de sair e deixar nítido os motivos
Saída do Jornalistas Livres + participação no aniversário da livraria Na Nuvem
Nos últimos tempos tenho pensado muito sobre como deixar algumas coisas para trás e também explicitar os motivos de saídas e afastamentos, tanto na vida pessoal, quanto na profissional e na militância. Parece que anos de terapia começam a dar resultado.
Recentemente, junto com outros (as) comunicadores (as) e ativistas negros (as), tomei a decisão de sair do Jornalistas Livres (JL). A decisão foi tomada devido a impossibilidade de sensibilizar e transformar o JL em, no mínimo, um grupo que não propaga racismo. Infelizmente isso não foi possível.
Contudo, não bastava sair. Foi preciso dizer os motivos e evidenciar para aqueles que leem, escutam e conversam conosco, mais informação. Por isso, o Núcleo Negro do JL divulgou uma nota pública no dia 18/06/24.
No documento, assinado por mim, Antonio Isuperio ,Dinha ( fundadora do Núcleo Negro do JL), Kátia Passos (fundadora do JL) e Naiá Tumpinambá anunciamos que após inúmeras tentativas frustradas de romper com a lógica racista do coletivo, estávamos nos retirando.
Infelizmente, o racismo estrutura a sociedade brasileira e se manifesta em diversos espaços. No Jornalistas Livres não é diferente. Contudo, não basta reconhecê-lo como um problema; é necessário agir efetivamente para enfrentá-lo e promover a equidade.
Com essa compreensão, e reconhecendo os desafios históricos do JL nesse tema, em 2022 foi criado o JL Negro. O subgrupo, formado por profissionais e militantes de diversas áreas do conhecimento, surgiu em resposta aos compromissos assumidos pelo Portal dos e das Jornalistas Livres no final de 2022 e também lá atrás, descritos em manifesto, em sua fundação e lançamento de financiamento coletivo.
No entanto, ao longo de mais de um ano do JL Negro, as demandas foram sistematicamente minimizadas, relativizadas ou ignoradas. Pior ainda, conteúdos racistas continuaram sendo veiculados no portal do JL, autorizados por pessoas brancas do grupo.
Diante da recusa dos membros ativos do Jornalistas Livres em reconhecer o racismo, os/as comunicadores/as que subscrevem esta nota pública decidiram não mais contribuir com o coletivo e, a partir desta data, assumem uma postura objetiva de denunciar para o Brasil do que se trata o coletivo Jornalistas Livres no tema do racismo
Depois disso, o post e a nota foram excluídos dos perfis do JL e todos os que assinaram a nota foram bloqueados no Instagram do JL. Foi a resposta do coletivo que se anuncia como um grupo de “Jornalismo independente em defesa da Democracia e Direitos Humanos".
Conversas com autores na Livraria Na Nuvem
Quem estiver em São Paulo e quiser trocar uma ideia sobre esse e muitos outros assuntos, confirmei presença no aniversário da livraria Na Nuvem.
Quando: 29/07 às 16h
Onde: Livraria Na Nuvem. Rua Eduardo Prado 493. São Paulo SP
Lançamento do Livro “Maria Firmina dos Reis, Presente!”
No próximo dia 29 de junho de 2024 (sábado), a editora Barraco Editorial promove o lançamento do livro “Maria Firmina dos Reis, Presente!", de Lena Roque e Marcelo Ariel
O livro é baseado na peça-invocação da presença de Maria Firmina dos Reis, autora do romance “Úrsula” (1859), onde é exposto o pensamento de seus textos e poemas , em uma reconstrução dramático poética do que seria um encontro do público, com a escritora e professora maranhense falecida em 1917.
A dramaturgia se apresenta como escrita poética dramática, acrescida de livre adaptação dos textos de Maria Firmina dos Reis, é assinada por Lena Roque, que protagonizou e assinou a direção do espetáculo, que também dá título a este livro. O livro tem coautoria de Marcelo Ariel (poeta, ensaísta e teatrólogo).
Data: 29/06/2024 (sábado)
Horário: 16h às 20h
Local: Sebo Clepsidra< /span>
Endereço: Rua Cesário Mota Jr, 296- Vila Buarque ( metrô Santa Cecília)
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Que pena que ainda insistem em calar a nossa voz.
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